
Em 1966, Chico Buarque empatou com Geraldo Vandré na disputa do Festival de Música Popular Brasileira, transmitido pela TV Record, com “A Banda”, interpretada por Nara Leão. Mais tarde descobre-se que “A Banda” ganhou o festival. Naquele dia, Chico, ao perceber que ganharia o evento, disse ao presidente da comissão que não aceitaria a derrota da música concorrente, e que se isso acontecesse, entregaria o prêmio na mesma hora para Geraldo Vandré. No ano seguinte, fez sucesso com a canção “Roda Viva”, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4. Em 1968, ganhou mais um Festival com a música “Sabiá”, que ele teve como parceiro o músico e compositor Tom Jobim. Foi no III Festival Internacional da Canção, transmitido pela TV Globo. Mesmo vencendo o festival, a platéia preferiu a música concorrente, “Para não dizer que eu não falei das flores”, de Geraldo Vandré.
Entre muitas contribuições de Chico para o cinema, a literatura e o teatro brasileiro, a que mais se destacou foi a peça “Roda Viva”, um texto escrito no ano de 1967 que deu origem à música e à peça de mesmo nome. O espetáculo conta a história de um humilde cantor que decide mudar de nome para agradar o seu público, e passa a se chamar Bem Silver. Chico falou dele mesmo. A peça tinha uma agressividade proposital com o intuito de chocar o público para os problemas que cercavam o país na época. As pessoas que sentavam na primeira fila eram sacudidas pelos atores e, no corredor do teatro, as atrizes disputavam e comiam um fígado cru, que simbolizava o coração de um cantor milionário da TV, que acabara de morrer.
A peça estreou no Rio de Janeiro em 1968, foi dirigida por José Celso Martinez Corrêa e tinha no elenco Marieta Severo, Antônio Pedro e Heleno Pests nos papéis principais. A peça foi um sucesso em sua primeira temporada. Já na segunda temporada a obra virou símbolo de resistência contra a ditadura, e foi invadida pelo CCC, que espancou os artistas, depedrou o cenário e obrigou os novos protagonistas, Marília Pêra e Rodrigo Santiago, andarem pelados pela cidade. Mesmo depois do incidente, a peça voltou a ser encenada, dessa vez
Entre tantas participações nesse ano de 1968, Chico foi ao Rio de Janeiro, para marchar na "Passeata dos cem mil", que reuniu artistas, intelectuais e estudantes em um protesto contra a ditadura militar. No fim do mesmo ano, após o Ato Constitucional nº 5, Chico Buarque acabou detido em sua própria casa. No Ministério do Exército teve de prestar depoimento explicando sua participação na “Passeata dos cem mil” e sobre a peça “Roda Viva”.
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