
Todd Gitlin, hoje professor de jornalismo e sociologia da mais importante faculdade de jornalismo dos Estados Unidos. Em 1964 foi presidente do SDS – Student for Democraty Society, um dos movimentos mais radicais da época. Escreveu o livro “Os anos 60 – Anos de Esperança, Dias de Ira” e viveu o ano de 1968 como participante e observador.
Todd deu uma entrevista a Milênio, onde falou sobre a importância do ano de 1968. Ano que foi marcado pelo assassinato de dois importantes políticos: Bob Kennedy e Martin Luther King e por diferentes conflitos dentro da política.
O jornalista diz que naquele ano o sistema político que havia levado os Estados Unidos à guerra do Vietnã estava estremecido e novas forças políticas surgiam, como por exemplo, o Partido Democrata. Surgindo o Partido Democrata, o Partido Comunista passou a ter poucos membros e, dentre esses poucos a maioria era agente do FBI. No jornalismo, poucos eram da antiga esquerda. A esquerda política, os socialistas e comunistas tendiam a ser mais conservadores e uma nova violência estava invadindo o país. Eram os tumultos urbanos. Para ele, o ano de 1968 foi a luta da esquerda entre a direita.
Todd afirma que a polarização havia sido impulsionada pelo movimento dos direitos civis e, diz que esse movimento sem a guerra do Vietnã teria sido bem mais tranqüilo.
O ano de 68 para Todd Gitlin não foi um ano de conflito entre as gerações. Porque segundo ele a geração era a mesma, as pessoas que estavam divididas. E diz ainda, que as guerras culturais são as mesmas daquela época. Mas naquela época teve a erupção de muitos confrontos: brancos entre negros, radicais e os mais direitistas.